O gasto de energia elétrica corresponde ao maior custo no cálculo de preço do metro cúbico de água, afirma o diretor pedagógico da Allevant Educação.

Não é novidade o fato de as cidades crescerem nas cercanias dos mais variados tipos de mananciais. A razão é óbvia: a necessidade de uma fonte de abastecimento de água.

No entanto, o crescimento das zonas urbanas, seja por causa de migrações, seja por causa do crescimento demográfico, coloca diversos problemas para satisfação dessa necessidade: maiores exigências no tratamento da água, na coleta e tratamento do esgoto, que falamos em um outro post, e, claro, o aumento das distâncias de pontos de abastecimento e coleta de esgotamento sanitário.

“E o uso da energia elétrica é um aspecto fundamental, tanto nos Sistemas de Abastecimento de Água, quanto nos Sistemas de Coleta e Tratamento de Esgoto. A maior parte das pessoas não sabe, mas o setor de saneamento é um dos maiores consumidores de energia do Brasil”, afirma o Prof. Dr. João Sergio Cordeiro, diretor pedagógico da Allevant Educação.

O uso da energia x a busca pela eficiência energética

Ele explica que o gasto de energia elétrica pode corresponder ao maior custo no cálculo de preço do metro cúbico de água: “Isto porque tanto o abastecimento de água, quanto o tratamento de esgoto exigem sistemas de bombeamento e, dependendo das características das cotas topográficas dos mananciais, desníveis consideráveis precisam ser vencidos para garantir o abastecimento, o que demandará grande quantidade de energia elétrica”, afirma Cordeiro.

A relação é diretamente proporcional: quanto maior a elevação e a distância entre fonte de água e consumidor, maior a potência e a energia necessárias para garantir o abastecimento.

Essas circunstâncias dão origem a consideráveis desafios de gestão e com isso a busca pela eficiência energética: “Dependo da hora do dia, existe uma diferença de cobrança por quilowatt. Nos horários de maior consumo de água, entre 17h e 20h, essa diferença pode chegar a oito ou nove vezes. Por isso que os sistemas de saneamento – e aqui me refiro aos profissionais que neles atuam – precisam entender e levar em consideração essa relação entre hidráulica e consumo energético”.

O CICLO PDCA para chegada à eficiência energética

Planejar, Checar, Fazer e Agir (em inglês PLAN–DO–CHECK–ACT). Segundo Cordeiro, é essa a metodologia que as ISO’s 24.512:2007 e 50.001: 2018 propõem, e que podem ajudar os gestores da área do saneamento. A primeira trata de indicadores referentes diretamente ao setor de abastecimento de água. A outra aborda Sistema de Gestão de Energia.

“Essas normas podem conversar entre e si e se complementar em busca da melhoria contínua na gestão do saneamento em busca da eficiência energética. Temos muitos exemplos de gestão eficiente, mas nos casos contrários – e é uma tecla na qual sempre bato, é um tema recorrente nas minhas aulas e entrevistas – enquanto os profissionais desses sistemas não se capacitarem e os gestores não implementarem efetivamente metodologias que levem em conta, por exemplo, o ciclo PDCA, esses serviços seguirão apenas apagando incêndios e enxugando gelo”, afirma o professor Cordeiro.

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