Quem nunca quis saber o real motivo pelo qual aprendemos determinadas coisas?
“A educação da inteligência representa uma mudança de foco e de objetivo do processo chamado ensino-aprendizagem”, afirma professor e diretor da Allevant Educação.
Ao longo da nossa vida escolar não deve ter sido nem uma nem duas vezes que nos deparamos com a questão: “mas por qual razão eu preciso aprender isso?” (ou alguma de suas variantes como “para quê vou usar isso na minha vida?”).
“Isso é normal”, afirma o professor e diretor da Allevant Educação, Luiz Felipe Adurens Cordeiro, que completa: “Em geral as pessoas querem – e elas têm o direito – de saber a razão, o motivo para serem obrigadas a fazer algo. E chega uma idade em que o ‘por que sim’ de fato não é uma resposta”.
O Argumento Utilitário
Luiz Felipe afirma que, ao serem questionados, os professores e os pais muitas vezes apelam para um argumento utilitário: é para passar no vestibular, na prova, no concurso, etc…: “Nos dizem isso como se a utilidade da nossa inteligência fosse fazer provas, testes, apenas; e não compreender, da melhor forma possível, a realidade dentro da qual nossas vidas se desenrolam”.
Ele afirma que se o foco da educação formal fosse o desenvolvimento da inteligência, cada uma das disciplinas que nos ensinam seriam estímulos oportunos para o nosso aprimoramento cognitivo, e não apenas “o descarregar de uma massa de informações cujo sentido, significado e utilidade para a educação muitas vezes não estão claros nem mesmo para os próprios pais e professores, que tantas vezes se veem obrigados a apelar para aqueles argumentos”.
O que é a inteligência humana e como ela funciona?
E para corroborar essa perspectiva, Luiz Felipe convida a um exercício: “Agora você se pergunte: ‘Ao longo desses anos todos em que passei na escola, na faculdade, quantas vezes algum professor se esforçou para me explicar, primeiro, o que é a inteligência humana e como ela funciona?; segundo, como posso educar, treinar, exercitar a minha inteligência para operá-la do modo mais eficiente possível, evitando, assim, incorrer em alguma deficiência cognitiva?”.
Respondendo ao seu próprio exercício, o diretor da Allevant Educação afirma que, analisando a maior parte de sua vida escolar e acadêmica, ele não se lembra de nenhum professor que o tivesse feito: “Eu mesmo, atuando como professor de Ensino Fundamental e Médio em várias escolas, e ao longo de muitos anos, não me questionei a respeito de como eu poderia ajudar a fortalecer e desenvolver a inteligência dos alunos. Minha preocupação era passar o conteúdo”.
Teorias e Programas de Reuven Feurstein
A mudança aconteceu quando ele passou a estudar e aplicar as teorias e programas elaborados pelo psicólogo Reuven Feurstein: “A Modificabilidade Cognitiva Estrutural, a Experiência de Aprendizagem Mediada, o Programa de Enriquecimento Instrumental, dentre outros, têm como foco a compreensão do funcionamento da inteligência e o seu desenvolvimento e fortalecimento. A educação da inteligência representa uma mudança de foco e de objetivo do processo chamado ensino-aprendizagem”, explica.