Áreas de cinco Estados sofrem de situação crítica de escassez hídrica, declara Agência Nacional de Águas.

A Região Hidrográfica do rio Paraná, que inclui parte dos Estados de MG, GO, MS, SP e PR, sofre escassez de água devido ao período seco, ou seja, de uma crise hídrica. A Agência Nacional de Águas (ANA), atendendo a um pedido do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), declarou na terça-feira (1º), situação crítica de escassez dos recursos hídricos nessa área.

Essa decisão coloca em evidência as estratégias de gestão dos recursos hídricos adotadas pelos Sistemas de Abastecimento de Água (SAA). “De uma forma geral, o setor de saneamento não presta a devida atenção aos ciclos hidrológicos e às bacias hidrográficas”, afirma o Prof. Dr. João Sergio Cordeiro, diretor pedagógico da Allevant Educação.

Problemas e consequências para a crise hídrica

Segundo ele, para discussões relacionadas ao saneamento, todo professor da área deveria começar pela compreensão dos ciclos hidrológicos. Os ciclos são a fonte de água das mais variadas formas de consumo. “Esse é um problema que os serviços de água deveriam estar monitorando, em especial nas áreas de captação, compreendendo o que isso significa”. Na avaliação de Cordeiro, tanto os aspectos quantitativos quanto qualitativos dos mananciais têm sido deixados de lado.

A consequência disso é a perda da quantidade e da qualidade dos mananciais: “Isso nos leva à noção de sistema: se não tenho água no manancial, dificilmente terei água na torneira. Então é fundamental que os sistemas de abastecimento de água tenham o que chamo de visão losangolar, que é, a partir de um ponto específico, de uma parte, abrir para uma visão do todo, para depois retornar à parte, agora integrada a esse todo, ao sistema”.

Visão Losangolar - Crise Hídrica

Ele salienta que, como há períodos chuvosos e de estiagem, que caracterizam os ciclos hidrológicos, essa alternância tem de ser bem compreendida e levada em consideração: “É preciso que os sistemas de abastecimento tenham pessoas capacitadas para acompanhar isso, e para elaborarem cenários que permitam um planejamento devido, o que a maior parte dos sistemas não têm”, afirma Cordeiro.

Uma gestão inadequada, salienta, deixa de lado a análise SWOT, que busca identificar forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. “A ameaça de falta de água afeta de muitas formas os sistemas de abastecimento, além do que é mais óbvio, que é a própria escassez”, afirma. A ameaça de uma crise energética, atrelada à crise hídrica, é um problema grave para os sistemas de abastecimento de água, que são um dos maiores consumidores de energia do país.

Possíveis soluções para a crise hídrica

Para Cordeiro, é preciso pensar em alternativas como, por exemplo, o uso de energia fotovoltaica: “Isso já é usado, mas não pelos sistemas de abastecimento, e é uma saída energética principalmente para as captações subterrâneas”.

Ter uma visão losangolar do consumo de água, diz Cordeiro, nos coloca ainda o problema dos vários usos desse recurso, tais como a agricultura e a indústria: “Os problemas são complexos, e colocam desafios para os responsáveis pelos esforços de gestão e planejamento. E esses desafios só podem ser enfrentados eficientemente com pessoas bem capacitadas”, finaliza o diretor pedagógico da Allevant Educação.

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